segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Divindade do Bem ou dos homens

         A Grandeza de Deus não se reforça pelas maquinações dos homens e muito menos pelo conhecimento que a humanidade desenvolve a respeito de si mesmo ou das próprias obras. A física, a matemática e outras ciências dão um testemunho puro e muito mais MODESTO da existência de Deus do que esses homens que usam sua sabedoria em proveito próprio.
         À medida que os anos passam, mais e mais a ciência vai se desenvolvendo e provando que há algo maior. Se até Aristóteles já sabia que o que não se sabe é tanto maior à  medida que quanto mais é aprendido imagine-se hoje. Ou seja se ele já afirma a imensidão inexplicável que Woody Allen cita tantas vezes até onde se pode ir hoje. Stephen hawking e Einstein, apenas por exemplo, concatenaram muito mais a respeito de Deus em alguns sinais e letras do que textos e mais textos de pessoas de boa vontade sem certeza do que estavam falando.
        As únicas provas irrefutáveis, medidas, deduzidas e sistematizadas da Grandeza indiscutível do Universo foram obtidas pelos cientistas. A confiança que eles deveriam inspirar fica reforçada pela humildade inerente ao próprio conceito mutável, discutível e sobretudo sujeito de contestações de fazer CIÊNCIA.
        A única pequena e frágil ponte que liga a Ciência e a religião é a Divindade. Só que a primeira a sugere, a procura e a demonstra. Já os sacerdotes à impõem, usam para manipulação e para obtenção de benefícios próprio e de suas seitas.
        O mais bonito e o mais importante de tudo é afirmar essa Grandeza de Deus e buscar desenvolver o Homem através da sua busca dessa divindade. O caminho não importa muito, mesmo o dos rituais. Quando a vontade é muita e o objetivo é certo, os meios não são o mais importante, como diria o injustiçado Machiavel.
        Os sacerdotes, entretanto, parecem desesperados em negar essa grandeza. Apegam-se às mesmas palavras de centenas de anos atrás. Em várias correntes, inclusive algumas que não podem nem ser citadas sem risco de vida, as letras de tempos há muito passado ainda escravizam os homens. Seus olhos são tampados indefinidamente por uma névoa de negação. E a morte corre solta em suas mãos em nome do Divino.
        Essas palavras são as mesmas que serviram de base para as fogueiras de católicos do mundo inteiro. Também os protestantes americanos, pelo menos, não ficaram para trás, queimando suas bruxinhas em Salen. Esquece-se que a meta principal deveria ser o homem.
         É importante mostrar a importância de suprimir, de diminuir e esquecer o ser humano. Esse, destituído de seu orgulho, de sua consciência de si mesmo, fica passível de constante manipulação, passando a almejar algo além da insignificante vida que lhe foi dada. Buscar uma segunda vida, por exemplo, é somente um expediente para poder desprezar o ser humano e a ele se sobrepujar. É dizer, por caminhos tortos que o que aqui se vive agora, é mesquinho e insignificante e que, portanto, pode ser pior ainda. Sempre é claro, em benefício dos sacerdotes.
        Mas os requintes de demagogia vão mais longe. Afirma-se que o homem é a imagem e a semelhança de Deus. Para logo em seguida dizer que todos pecaram e destituídos estão da glória. É como se afirmar a um adolescente de 12 anos que ele é muito homem e deve ser responsável. Mas logo em seguinte se o proibisse de brincar na rua.
         Confundem-se as cabeças para reinar sobre elas. Machiavel de novo: "Dividir para conquistar". Também Saramago percebeu alguma coisa, e escreveu isso:

              "Dizem-se representantes de Deus na terra (nunca o viram e não têm a menor prova da sua existência) e                 passeiam-se pelo mundo suando hipocrisia por todos os poros". Em Caderno de Saramago.
        E ai de quem questionar alguma coisa! Pois que há de receber a punição por investir contra o sagrado. 
        Negar ou aceitar que a ciência tem seus méritos pode custar e custa muito caro aos "cleros". Tira sua autoridade e a transfere a quem quer que detenha o conhecimento. O reflexo recai diretamente na capacidade financeira da entidade, ou seja, no caixa. Nesse caso é importante ficar reforçando indefinidamente o sagrado, a fé pela fé, sem questionamentos.
         A controvérsia surge nas próprias palavras que são defendidas. A questão de procurar Deus nas coisas e não nos homens, por exemplo, é controversa. Deus está em todo lugar. O próprio cristianismo reafirma essa expressão em várias fontes. O interessante é afirmar isso e logo em seguida dizer que a única verdade está na "palavra". A resposta para o dilema é fácil. De acordo com a situação, vale uma verdade ou outra. Tudo pode ser explicado pois a capacidade de argumentar é interminável e
          Não basta procurar nas letras antigas as respostas para tudo. Na hora de se consultar com um médico por exemplo, não se quer a ciência antiga, das amputações e das sangrias. O que se quer é o mais moderno, o mais pensado e o mais pesquisado.
           Assim também deve ser a fé: Rica de Deus e pobre de palpites humanos, de interpretações pobres e principalmente de sentimentos ruins. O ser humano instruído pode buscar Deus onde ele realmente está, no bem, nas boas ações, na educação do Caráter. E não na obrigação de se rastejar mentalmente por uma seita e financiar os luxos de uns poucos sacerdotes.
           Para pensar: Caim fala a Deus em Saramago: "bastaria que por um momento fosses realmente misericordioso, que aceitasses a minha oferenda com humildade" (para que abel não morresse)... 
       


       

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