terça-feira, 27 de março de 2012

Introdução - Religião, não. Graças a Deus!! Parte I

            Introdução

            Não tire nenhuma crença de alguém se você não tem como a substituir. Nem uma crença, nem o vício nem algo que seja as duas coisas. Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala fala da questão moral da educação dada aos índios pelos Jesuítas que lhes tiraram sua inocência e seus valores simples do seu dia a dia nas matas e não conseguiram lhes prover de uma estrutura material e institucional que lhes garantisse um futuro consistente.
             Ao escrever algo sobre religiões é importante resguardar o próprio direito a ter opinião contrária, mesmo que seja à maioria. Mas também não é o objetivo arcar com o mal humor e a má aceitação das pessoas sobre aquilo que se está escrevendo. Nesse sentido é que essas palavras que aqui são colocadas tem  o objetivo apenas de suscitar a dúvida, de propor questionamento. E há que se dizer que quem as escreve não gosta de discussões, brigas feitas por trocas de palavras ou seja como for.  Além do mais, é a linha de pensamento de grande parte do mundo, senão a maioria que um dos objetivos da religião é buscar a paz. Este livro deve ser apenas mais uma prova de que mesmo sem religião a paz é buscada.
            A ideia em geral é a de que, por exemplo, que eu não deveria tentar fazer uma pessoa acreditar que religião é uma farsa, se não tenho algo tão forte para colocar em suas vidas e que lhes faça capazes de se contentarem com a existência que têm. Feynman em uma de suas entrevistas, facilmente obtenível hoje, na internet, diz simplesmente que se deve conviver com a dúvida.
            Ora, simplesmente a dúvida, partindo de alguém que tinha tamanho domínio de várias áreas da ciência, já é uma concessão muito grande à possibilidade de que haja algo especial e verdadeiro. Mesmo que seja a fé por ela mesma, a crença na própria crença como vamos tratar nesse livro.
           Qualquer idéia, religião, conceito ou instituição e, principalmente as crenças que não suportem dúvidas, não dão testemunho de auto-confiança. Venham os espíritas, venham os ateus e venham os agnósticos nos brindar, nos presentear com suas novidades e seus questionamentos, que os crentes (no melhor sentido da palavra), cristãos ou não, se sentirão lisongeados em pode apor suas boas crenças e o amor verdadeiro que sentem às trevas mentais dos que só acreditam no sagrado, no indiscutível.
            Este texto não tem caráter científico como facilmente poderão reconhecer alguns iniciados. O empirismo nos concede maior liberdade para elaborar ideias, ao contrário das camisas de força do ceticismo e do positivismo restrito. Isso não impede, todavia, que este texto seja permeado de informações julgadas importantes, seus respectivos conceitos e algumas bases científicas para o que está sendo escrito. É o que foi dito sobre as limitações criativas: melhor usar o melhor que se tem à mão, seja a criação pura e o desenvolvimento de ideias próprias, seja a citação de autores e conceitos externos e que não sejam exclusividade de uso de alguém ou de uma instituição.